Nódulo de Tireoide e Câncer de Tireoide

nódulo tireoidiano (NT) é uma lesão muito comun, detectados em 5 a 7% da população pela palpação e em 20 a 76% pela ultrassonografia (US). A maioria é benigna (cerca de 90% à palpação).

principal importância na avaliação de um nódulo é descartar a possibilidade de câncer de tireoide, que ocorre em 5 a 10% dos casos em adultos e até 26% em crianças. 

Causas Frequentes de Nódulos Benignos:

• Cistos coloides e tireoidites (cerca de 80% dos casos).

• Neoplasias foliculares benignas (adenomas) (10 a 15%).


Apresentação Clínica: 

Geralmente são assintomáticos e descobertos acidentalmente durante exames clínicos ou de imagem (“incidentalomas”). Quando causam sintomas, podem estar relacionados ao seu tamanho (compressão de estruturas vizinhas como traqueia ou esôfago) ou à sua função (hipertireoidismo em nódulos tóxicos). Sintomas como crescimento rápido, rouquidão persistente ou dificuldade para engolir podem indicar malignidade, mas também podem ocorrer em lesões benignas.


Diagnóstico:

A avaliação inclui história clínica, exame físico, testes de função tireoidiana, exames de imagem e, se necessário, punção.

Exame Físico: Avalia tamanho, consistência, mobilidade, sensibilidade e linfonodos. Um nódulo endurecido, pouco móvel, com linfonodos aumentados sugere malignidade, mas estes achados não são específicos. 

Testes de Função Tireoidiana: Dosagem de TSH e T4 livre é obrigatória. A maioria dos pacientes com câncer de tireoide é eutireóidea, ou seja, a tireoide funciona normalmente. Hipertireoidismo em paciente com nódulo sugere que o nódulo é tóxico e geralmente é um forte indício contra malignidade no nódulo hiperfuncionante. A dosagem de calcitonina sérica é importante na suspeita de carcinoma medular.

Ultrassonografia (US): É o melhor exame de imagem para detectar e caracterizar nódulos (volume, número, diferenciação cisto/sólido). Ajuda a identificar características sugestivas de malignidade (ex: acentuada hipoecogenicidade, microcalcificações, margens irregulares, formato mais alto que largo, vascularização caótica intranodular). 

Cintilografia: Pouco útil para diferenciar malignidade em geral. Usada principalmente quando há hipertireoidismo associado para verificar se o nódulo é “quente” (hiperfuncionante) ou “frio” (hipofuncionante). Nódulos quentes são raramente malignos (1-2%). Nódulos frios podem ser benignos ou malignos.

Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF): É o melhor método para diferenciar lesões benignas e malignas. É um procedimento ambulatorial simples, idealmente guiado por US. Os resultados são classificados pelo sistema Bethesda, que estima o risco de malignidade.

Testes Moleculares: Podem ser úteis para refinar o diagnóstico em casos de citologia indeterminada pela PAAF (Bethesda III ou IV) e auxiliar na decisão cirúrgica. Algumas mutações (BRAF, TERT) indicam maior risco ou agressividade.


Tipos de Câncer de Tireoide (origem em nódulos):

• A maioria (cerca de 95%) são carcinomas diferenciados de tireoide (CDT), que geralmente têm bom prognóstico. Incluem carcinoma papilífero (o mais comum, geralmente cresce via linfática), folicular (cresce via sanguínea, mais metástases a distância) e suas variantes. A Neoplasia Folicular Tireoidiana Não Invasiva com Aspectos Nucleares Semelhantes ao Carcinoma Papilífero (NIFTP) é um CDT de baixo risco com comportamento indolente.

• O carcinoma medular (CMT) origina-se das células parafoliculares (produtoras de calcitonina), tem prognóstico intermediário e pode ser esporádico ou familiar (associado à MEN-2).

• O carcinoma anaplásico (CAT) é raro (<5%), mas extremamente agressivo, com alta letalidade.

• Outros tumores raros incluem linfomas (mais comuns em pacientes com Hashimoto) e metástases de outros órgãos.


Tratamento / Acompanhamento: 

O manejo depende do resultado da PAAF, dos achados da US e dos fatores de risco do paciente. Nódulos benignos (Bethesda II) geralmente são acompanhados com US periódica. Resultados indeterminados ou suspeitos requerem investigação adicional (repetição PAAF, testes moleculares, cirurgia). Nódulos malignos (Bethesda VI) ou com alta suspeita (Bethesda V) geralmente são tratados cirurgicamente. A vigilância ativa pode ser uma opção para microcarcinomas papilíferos selecionados de baixo risco.

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